quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Olhar de Sophie - Opinião


 
Ler Jojo Moyes é por norma, sinónimo de uma grande leitura. O Olhar de Sophie não fugiu à regra. Foi uma leitura intensa e viciante, com uma narrativa que me prendeu desde início. Apaixonei-me por Sophie e Edouard: pela coragem e bravura dela, pelo amor que os unia e lhes dava força para superar um cenário de miséria e degradação.
Os romances históricos são o meu género literário de eleição e Jojo Moyes é mestre em torná-los numa leitura inesquecível, em que os personagens ficam na nossa cabeça muito depois de termos virado a última página.  
 
Édouard e Sophie estão a viver em Paris e quando ele é chamado para combater, ela decide juntar-se aos irmãos e sobrinhos para ajudar a família e não estar sozinha nesta época de Guerra. Quando Sophie e a família é obrigada a receber os alemães e a cozinhar para eles, a pequena vila de Peronne não vê isto com bons olhos, apesar de saber que não lhes restam opções. Sophie é astuta e na situação que se encontra vai correndo riscos para apoiar os que a rodeiam mas ainda assim começa a ser vista com maus olhos pelos vizinhos. Até que, por Edouard, toma uma decisão que acaba por a levar ao abismo e é levada pelos alemães. Esta cena está descrita de forma tão realista que sofri por Sophie e pelo seu futuro. A pequena Édith, cuja mãe também já foi levada pelos alemães vê o seu elo ao mundo desaparecer com o desaparecimento de Sophie e isto permite-nos refletir sobre o sofrimento que milhares de pessoas passaram durante a Primeira Guerra, ao serem despojadas de tudo o que tinham, ao serem separados das suas famílias e obrigados a viver em condições terríveis.

As descrições são feitas de forma tão real, tão intensa, que é impossível ficarmos indiferentes a tamanho sofrimento e provações.
 
De um momento para o outro a autora inicia a segunda parte do livro, o momento presente. E nesta fase eu só queria saber do que aconteceu a Sophie, não queria saber de Liv, a nova personagem que a autora introduziu no presente. Mas logo este desinteresse desapareceu porque Liv tem um quadro muito especial em sua posse, que herdou do marido e que é nada mais nada menos que o quadro que Edouard pintou de Sophie e era a única recordação que tinha dele. Desta forma vamos conhecendo a história de Liv, uma mulher viúva que ao fim de alguns anos sozinha, conhece Paul que entra na sua vida e a faz despertar para o amor, mas ao mesmo tempo arrisca-se a perder a coisa mais preciosa que tem na sua vida, o quadro. Assim, vamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos na vida de Liv e a história do que aconteceu a este quadro e à nossa heroína Sophie. A autora soube relacionar a vida destas duas mulheres, com décadas a separá-las, de forma sublime e encantadora.
 
Uma leitura inesquecível que recomendo sem reservas.

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